Alocação de custos é um tema de grande importância para qualquer empresa que deseje entender sua verdadeira rentabilidade. No entanto, é comum vermos empresas utilizarem sistemas como ERPs generalistas ou soluções focadas na gestão fiscal e contábil para acompanhar seus custos.
Este é um erro grave, pois ainda que esses sistemas sejam ótimos para acompanhar obrigações fiscais ou o desempenho financeiro geral, eles não foram projetados para rastrear e alocar custos com o nível de detalhe necessário para uma gestão eficiente. Como consequência, áreas estratégicas como FP&A (Financial Planning & Analysis) ficam limitadas em sua capacidade de fornecer análises precisas para planejamento financeiro e tomada de decisões. Além disso, produtos e serviços que aparentam ser rentáveis acabam gerando prejuízo, enquanto outros, considerados deficitários, podem estar sustentando margens importantes para a empresa.
A composição dos custos mudou drasticamente ao longo das últimas décadas. Na década de 1920, cada real gasto na área administrativa correspondia a um investimento cinco a dez vezes maior em operações. Hoje, a situação se inverteu: os custos administrativos chegam a ser o dobro ou até o triplo do que é gasto diretamente em operações.
Além disso, avanços tecnológicos transformaram os custos de materiais e mão de obra direta. Com a automação e a introdução de sistemas de inteligência artificial, os gastos com tecnologia dispararam, enquanto as despesas com mão de obra direta foram reduzidas proporcionalmente. Isso aumentou ainda mais a complexidade e o impacto dos custos indiretos sobre a estrutura total.
Boa parte das empresas ainda utiliza apenas sistemas de gestão generalistas, que centralizam a administração do negócio, mas não conseguem lidar com a complexidade da alocação de custos. Além disso, de acordo com uma pesquisa da PwC, 31% das empresas sequer alocam custos, enquanto 69% alocam, mas com base em critérios simplificados, como volume de vendas ou faturamento, o que frequentemente gera inconsistências.
Sem uma ferramenta especializada, é impossível identificar os custos reais de departamentos como TI, RH, jurídico e logística, que sustentam a operação, mas não estão diretamente ligados a ela. Além disso, a diversidade de produtos, serviços, canais e processos só aumenta a necessidade de um sistema capaz de detalhar esses custos e oferecer análises confiáveis para decisões estratégicas.
Nesse contexto, o custeio ABC se destaca como uma solução eficiente para lidar com a complexidade das diferentes fontes de custos, permitindo uma alocação mais precisa e baseada em direcionadores adequados. Um exemplo prático disso está na história de um cliente nosso que, antes de implementar o MyABCM, utilizava métodos imprecisos para alocar cerca de 35% de seus custos. Isso gerava inconsistências graves em sua gestão. Após adotar uma abordagem mais precisa, a empresa conseguiu redefinir suas estratégias e otimizar a margem líquida, mesmo operando com números apertados.
Uma abordagem especializada para rastrear e alocar custos permite transformar suposições em dados concretos, criando um cenário mais claro para a tomada de decisões. Isso não apenas aumenta a eficiência da operação, como também ajuda a identificar oportunidades de melhoria que podem passar despercebidas em sistemas generalistas.
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